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Descontinuidades em Juntas Soldadas

Descontinuidade é a interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito.

 

A descontinuidade só deve ser considerada defeito, quando, por sua natureza, dimensões ou efeito acumulado tornar a peça inaceitável por não satisfazer os requisitos mínimos da norma técnica aplicável.

 

Tipos de descontinuidades em juntas soldadas


Abertura de arco (“arc strike”): imperfeição local na superfície do metal de base resultante da abertura do arco elétrico.


Ângulo excessivo de reforço (“bad reinforcement angle”): ângulo excessivo entre o plano da superfície do metal de base e o plano tangente ao reforço de solda, traçado a partir da margem da solda.

Ângulo excessivo de reforço
Figura 1 - Ângulo excessivo de reforço

Atividade alongada (“elongated cavity”): vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao eixo da solda podendo estar localizado:

a) Na solda;

b) Na raiz da solda.

Cavidade Alongada
Figura 2 - Cavidade Alongada

Concavidade (“concavity”): reentrância na raiz da solda, podendo ser:


a) Central situada ao longo do centro do cordão;

b) Lateral situada nas laterais do cordão.

Concavidade
Figura 3 - Concavidade

Concavidade excessiva (“excessive concavity”): solda em ângulo com a face excessivamente côncava.

Concavidade excessiva
Figura 4 - Concavidade excessiva

Convexidade excessiva (“excessive convexity”): solda em ângulo com a face excessivamente convexa (ver Figura 5).

Convexidade excessiva
Figura 5 - Convexidade excessiva

Deformação angular (“angular misalignment”): distorção angular da junta soldada em relação à configuração de projeto, exceto para junta soldada de topo (ver embicamento).

Deformação angular
Figura 6 - Deformação angular

Deformação linear (“linear misalignment”): junta soldada de topo, cujas superfícies das peças, embora com orientações paralelas, apresentam-se desalinhadas, excedendo à configuração de projeto. A mesma característica serve para o item desalinhamento.


Desalinhamento
Figura 7 - Desalinhamento

Deposição insuficiente (“incompletely filled groove”): insuficiência de metal na face da solda.


Deposição insuficiente
Figura 8 - Deposição insuficiente

Embicamento (“angular misalignment”): deformação angular de junta soldada de topo.


Embicamento
Figura 9 - Embicamento

Falta de fusão (“lack of fusion, incomplete fusion”): fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base ou entre passes da zona fundida, podendo estar localizada:


a) Na zona de ligação (Figura 10parte (a));

b) Entre os passes (Figura 10 parte (b));

c) Na raiz da solda (Figura 10 partes (c) e (d)).

Falta de fusão
Figura 10 - Falta de fusão

Alta de penetração (“lack of penetration, inadequate penetration”): insuficiência de metal na raiz da solda.

Falta de penetração
Figura 11- Falta de penetração

Fissura (“fissure”): ver termo preferencial trinca (ver os termos definindo trinca).


Inclusão de escória (“slag inclusion”): material não metálico retido na zona fundida, podendo ser:


a) Alinhada (Figura 12, partes (a) e (b));

b) Isolada (Figura 12, parte (c));

c) Agrupada (Figura 12, parte (d)).

Inclusão de Escória
Figura 12 - Inclusão de Escória

Inclusão metálica (“metallic inclusion”): metal estranho retido na zona fundida.

Micro-trinca (“micro crack”): trinca com dimensões microscópicas.

Mordedura (“undercut”): depressão sob a forma de entalhe, no metal de base acompanhando a margem da solda.

Mordedura
Figura 13 - Mordedura

Mordedura na raiz (“internal undercut”): mordedura localizada na margem da raiz da solda.

Mordedura na raiz
Figura 14 - Mordedura na raiz

Passe oco (“hollow bead”): porosidade linear e alongada que ocorre no passe de raiz.

Penetração excessiva (“excessive penetration”): metal da zona fundida em excesso na raiz da solda.

Penetração excessiva
Figura 15 - Penetração excessiva

Perfuração (“burn thru, excessive melt thru”): furo na solda (Figura 16 parte (a)) ou penetração excessiva localizada (Figura 16 parte (b)), resultante da perfuração do banho de fusão durante a soldagem.

Perfuração
Figura 16 - Perfuração

Poro (“gas pore”): vazio arredondado, isolado e interno à solda.


Poro superficial (“superficial gas pore”): poro que emerge a superfície da solda.


Porosidade (“gas pocket, porosity, blow hole”): conjunto de poros distribuídos de maneira uniforme, entretanto não alinhado.

Porosidade
Figura 17 - Porosidade

Porosidade agrupada (“clustered porosity”): conjunto de poros agrupados.

Porosidade agrupada
Figura 18 - Porosidade agrupada

Porosidade alinhada (“linear porosity”): conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma direção paralela ao eixo longitudinal da solda.

Porosidade alinhada
Figura 19 - Porosidade alinhada

Porosidade vermiforme (“worm-hole”): conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de peixe situados na zona fundida.

Porosidade vermiforme
Figura 20 - Porosidade vermiforme

Rechupe de cratera (“crater pipe”): falta de metal resultante da contração da zona fundida, localizada na cratera do cordão de solda.

Rechupe de cratera
Figura 21 - Rechupe de cratera

Rechupe interdendrítico (“interdendritic shrinkage”): vazio alongado situado entre dendritas da zona fundida.


Reforço excessivo (“excessive reinforcement”): excesso de metal da zona fundida, localizado na face da solda.

Reforço excessivo
Figura 22 - Reforço excessivo

Respingos (“spatter”): glóbulos de metal de adição transferidos durante a soldagem e aderidos à superfície do metal de base ou à zona fundida já solidificada.


Sobreposição (“overlap”): excesso de metal da zona fundida sobreposto ao metal de base na margem da solda, sem estar fundido ao metal de base.

Sobreposição
Figura 23 - Sobreposição

Solda em ângulo assimétrica (“assymetrical fillet weld”): solda em ângulo, cujas pernas são significativamente desiguais em desacordo com a configuração de projeto.

Solda em ângula assimétrica
Figura 24 - Solda em ângula assimétrica

Trinca (“crack”): descontinuidade bidimensional produzida pela ruptura local do material.


Trinca de cratera (“crater crack”): trinca localizada na cratera do cordão de solda, podendo ser:


a) Longitudinal (Figura 25 parte (a));

b) Transversal (Figura 25 parte (b));

c) Em estrela (Figura 25 parte (c)).

Trinca de cratera
Figura 25 - Trinca de cratera

Trinca em estrela (“star crack”): trinca irradiante de tamanho inferior à largura de um passe da solda considerada (ver trinca irradiante).


Trinca interlamelar (“lamellar tearing”): trinca em forma de degraus, situados em planos paralelos à direção de laminação, localizada no metal de base, próxima à zona fundida.

Trinca intralamelar
Figura 26 - Trinca intralamelar

Trinca irradiante (“radiating crack”): conjunto de trincas que partem de um mesmo ponto, podendo estar localizada:


a) Na zona fundida (Figura 27 parte (a));

b) Na zona afetada termicamente (Figura 27 parte (b));

c) No metal de base (Figura 27 parte (c)).

Trinca irradiante
Figura 27 - Trinca irradiante

Trinca longitudinal (“longitudinal crack”): trinca com direção aproximadamente paralela ao eixo longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada:


a) Na zona fundida (Figura 28parte (a));

b) Na zona de ligação (Figura 28 parte (b));

c) Na zona afetada termicamente (Figura 28 parte (c));

d) No metal de base (Figura 28 parte (d)).

Trinca longitudinal
Figura 28 - Trinca longitudinal

Trinca na margem (“toe crack”): trinca que se inicia na margem da solda, localizada geralmente na zona afetada termicamente.

Trinca na margem
Figura 29 - Trinca na margem

Ø Trinca na raiz (“root crack”): trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada:


a) Na zona fundida (Figura 30 parte (a));

b) Na zona afetada termicamente (Figura 30 parte (b)).

Trinca na raiz
Figura 30- Trinca na raiz

Trinca ramificada (“branching crack”): conjunto de trincas que partem de uma trinca, podendo estar localizado:


a) Na zona fundida (Figura 31parte (a));

b) Na zona afetada termicamente (Figura 31 parte (b));

c) No metal de base (Figura 31 parte (c)).

Trinca ramificada
Figura 31- Trinca ramificada

Trinca sob cordão (“underbead crack”): trinca localizada na zona afetada termicamente não se estendendo à superfície da peça.

Trinca sob cordão
Figura 32 - Trinca sob cordão

Trinca transversal (“transverse crack”): trinca com direção aproximadamente perpendicular ao eixo longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada:


a) Na zona fundida (Figura 33, parte (a));

b) Na zona afetada termicamente (Figura 33, parte (b));

c) No metal de base (Figura 33, parte (c)).

Trinca transversal
Figura 33 - Trinca transversal

 

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