INSPEÇÃO VISUAL SUBAQUÁTICA
A inspeção visual subaquática, derivada da inspeção visual industrial convencional é uma técnica subjetiva, realizada com o uso da visão, adaptada as condições do ambiente subaquático.
É fato de que devido as próprias restrições impostas pelo ambiente subaquático como por exemplo a utilização de máscaras e/ou capacete de mergulho com sistema de iluminação, sistema de suprimento de ar e seus umbilicais, cintos para lastro, ferramentas para limpeza da superfície e ainda outros dispositivos ou instrumentos de medição, tornam o grau de dificuldade da inspeção muito mais acentuado.
Embora limitada à detecção de descontinuidades superficiais, se aplicada antes, durante e após as diversas fases de montagem de um componente ou estrutura pode reduzir em até 90% a incidência de descontinuidades, que fatalmente viriam a ser detectadas somente após a aplicação dos ensaios não destrutivos convencionais.
O ensaio visual assume enorme importância quando aplicado a soldas, uma vez que acompanha a operação de soldagem desde o início, detectando não conformidades quando ainda é possível corrigi-las na origem.
Pelas suas características, o ensaio visual é e continuará sendo por muito tempo ainda, o ensaio não destrutivo mais utilizado.
Dada a facilidade de sua execução, é comum que inspetores mal treinados tirem conclusões errôneas das informações obtidas do campo.
O treinamento, a experiência e o conhecimento das limitações do ensaio é que formarão inspetores competentes.
A inspeção visual depende muito da acuidade visual, da atenção e do conhecimento técnico e interpretação do inspetor que executa.
Deve-se adotar um sistema de identificação e rastreabilidade bem definido, de modo a identificar com precisão os itens a inspecionar e as ocorrências detectadas.
Finalidade
Detectar danos evidentes em instalações e não conformidades com o projeto podendo abranger toda a estrutura ou somente áreas que sejam representativas do seu estado.
Vantagens e desvantagens
É um método simples, de fácil aplicação, rápido e de baixo custo, porém só se aplica a descontinuidades superficiais.
Dificuldades do ensaio
Vários fatores ambientais dificultam o trabalho do inspetor submarino, como correntes marinhas, ondulação, visibilidade no local do ensaio, incrustações marinhas que impedem a visualização da superfície da peça, profundidade, temperatura da água, acesso ao local de inspeção, etc.
Técnica de ensaio visual
Técnica direta - É o ensaio realizado a olho nu ou com auxílio de lentes corretoras, com observação direta da superfície a ser inspecionada.
Técnica remota - É o ensaio realizado com o auxílio de dispositivos ópticos.
Ensaio efetuado por inspetor subaquático
Ensaio de pequenas descontinuidades
Para detecção e avaliação de pequenas descontinuidades, cuja maior dimensão seja menor ou igual a 10 mm através da técnica direta a distância dos olhos do inspetor ao local de ensaio deve ser a menor possível, não superior a 600 mm, levando-se em consideração as condições de visibilidade do local.
Quando técnica remota for empregada na detecção e avaliação de pequenas descontinuidades, esta deve garantir uma resolução igual ou maior que o ensaio visual pela técnica direta.
Todo ensaio de pequenas descontinuidades deve ser realizado com limpeza prévia.
Ensaio de grandes descontinuidades
No ensaio de grandes descontinuidades, cuja dimensão seja maior que 10 mm através da técnica direta o inspetor deve avaliar a necessidade de limpeza e não deve se situar a uma distância maior que 2 metros.
Quando a técnica remota for empregada na detecção e avaliação de grandes descontinuidades, esta deve garantir uma resolução igual ou maior ao ensaio visual pela técnica direta.
No caso de verificação de flambagem, é permitida uma distância maior que 2 metros.
Inspeção visual detalhada
Geralmente é executada previamente a outra técnica de inspeção e é de vital importância para a identificação de fatores que possam interferir na realização ou na interpretação dos resultados de outro END a ser executado.
É realizada normalmente nas proximidades das soldas, após a remoção de incrustações marinhas e, eventualmente, do revestimento protetor, permitindo uma avaliação mais detalhada das condições do componente e que possíveis defeitos possam ser continuamente monitorados.
Inspeção visual geral
Inspeção com a finalidade de verificar a condição geral da estrutura, bem como determinar a necessidade de inspeções adicionais.
Visa geralmente detectar grandes danos como amassamentos, vazamentos, abrasões, flambagens, sucatas, incrustações marinhas e outras ocorrências similares, podendo ser executada sem limpeza prévia.
Ensaio efetuado por veículo de controle remoto (ROV)
A distância entre o ROV e o objetivo inspecionado deve ser tal que permita o perfeito enquadramento e focalização do objeto inspecionado no vídeo.
A velocidade de deslocamento do veículo ao longo da área inspecionada deve ser adequada a detecção das ocorrências.
Antes do início de cada inspeção, o inspetor, em conjunto com o operador de ROV, deve planejar o trajeto a ser percorrido pelo veículo.
O operador de ROV deve conduzir o veículo de modo a percorrer toda a superfície dos itens a serem inspecionados.
Durante toda a execução da inspeção, o inspetor e o operador devem ter conhecimento da posição exata do veículo em relação à instalação.
Durante a execução da inspeção, devem ser evitados movimentos do ROV que prejudiquem a interpretação da imagem.
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